sexta-feira, 20 de julho de 2012

Mocinhas e tias velhas

Passageiras da consciência
Vão-se as ideias.
Fantasmas aborrecidos
Flagrados a dormitar,
em madrugadas acacianas,
debatidas por algum insone,
despudorado e caduco.

Pobres tias velhas!
Guardam enxoval bordado,
em tolo e rico brocado
para gozos sensuais,
junto a papéis também datados.


Se a noite chega, aos bocejos:
levantam-se, sem propósito:
e para esticar as pernas, 
lêem Almanaque Sadol
pondo cara de conteúdo


Em seu lugar, grosseiras, 
vêm mocinhas casadoiras
A descer decotes e subir saias.
Sob as pragas das tias,
soltam desaforos
e levantam as perninhas.

Um chiste senta-se no pórtico
e coça as pernas (delas)
Eu, do lado, perco-me...
pensando se têm idade as ideias,
tal qual mocinhas e tias velhas
brigando por papéis insones
em meus vãos de consciência.  

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