Passageiras da consciência
Vão-se as ideias.
Fantasmas aborrecidos
Flagrados a dormitar,
em madrugadas acacianas,
debatidas por algum insone,
despudorado e caduco.
Pobres tias velhas!
Guardam enxoval bordado,
Guardam enxoval bordado,
em tolo e rico brocado
para gozos sensuais,
para gozos sensuais,
junto a papéis também datados.
Se a noite chega, aos bocejos:
levantam-se, sem propósito:
e para esticar as pernas,
lêem Almanaque Sadol
pondo cara de conteúdo.
lêem Almanaque Sadol
pondo cara de conteúdo.
Em seu lugar, grosseiras,
vêm mocinhas casadoiras
A descer decotes e subir saias.
Sob as pragas das tias,
soltam desaforos
soltam desaforos
e levantam as perninhas.
Um chiste senta-se no pórtico
e coça as pernas (delas).
e coça as pernas (delas).
Eu, do lado, perco-me...
pensando se têm idade as ideias,
tal qual mocinhas e tias velhas
brigando por papéis insones
em meus vãos de consciência.