sábado, 21 de junho de 2014

Prefácio ao deus dançarino

(Ao K.)
Eu não sei dançar
Mas nalgumas noites
Tento meus passos
Alinhando a ginga
Dessas juntas quadradas

Eu não sei sorrir
Mas todos os dias
Junto meus cacos
E crispo meus dentes
Na mímica física
Dos que já pouco sentem

Eu não sei pensar
Mas todos os dias
Aperto a testa
E ponho os óculos
dando grau à loucura

Eu não sei amar
Mas todas as noites
Dôo meu corpo
Doído de estresses
Ao teu confiante sono

Eu não sei dançar
Mas todos os dias
Minhas orelhas vibram
No compasso da tua voz
De menino-homem, semideus-dançarino

Viúvo de Deus, mas amante dos sonhos
Teatro de Dioniso (Atenas, Grécia. Eu acho.)

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