(Ao K.)
Eu não sei
dançar
Mas nalgumas noites
Tento meus
passos
Alinhando a ginga
Dessas juntas quadradas
Eu não sei
sorrir
Mas todos os
dias
Junto meus cacos
E crispo meus
dentes
Na mímica física
Dos que já pouco
sentem
Eu não sei
pensar
Mas todos os
dias
Aperto a testa
E ponho os
óculos
dando grau à
loucura
Eu não sei amar
Mas todas as
noites
Dôo meu corpo
Doído de
estresses
Ao teu confiante
sono
Eu não sei
dançar
Mas todos os
dias
Minhas orelhas
vibram
No compasso da
tua voz
De menino-homem,
semideus-dançarino
Viúvo de Deus, mas
amante dos sonhos