domingo, 10 de março de 2013

A Álvaro de Campos II

Entre noites insones
E raparigas inglesas
E escravos do mundo

Entre navios construídos
E consciência desterrada
De aldeão instruído
vicejam as angústias maiores.
E menores.

Não é que não tivesse sonhos,
desejos no ventre
Ou medo nas pernas
Mas nos sonhos, no desejo e no temor:
brotam larvas de consciência
futuras moscas de uma vontade dilacerada.

E de ti, herdo esse costume
De procurar em mim umas larvas...
Postas no tronco húmido de orgias cognitivas
Nas quais o amor é parasitose metafísica
E a morte, anseio inútil de noites eternas

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Facebook

Total de visualizações de página

53,375