Talvez não se aplique o querer coisas.
Elas nunca podem ser nossas
(sobretudo, quando pessoas).
Talvez importem formas
Um estilo
Uma cor.
Ou um som.
Ver rosas
Desejar Tudo?
Ou alguém por inteiro?
Não, isso é de crianças
Que temem o incompreendido...
Deixe-me aqui um instante
agora que descobri o erro fundamental...
O erro de esperar o Absoluto.
E o oposto:
o de prometer suportar
erros alheios.
Quando Eles são Fossa das Filipinas
Em versão animal.
Sugando-nos com sua bocarra assassina.
Ser heróico! Ser romântico!
Ou ser melhor ou bom.
Quando a irritação é mero efeito
da exposição excessiva...
Mesmo aos que se ama.
Podemos nos irritar e ter alergias
Mesmo das coisas mais deliciosas
E elas podem nos entediar.
E não digo só por dizer...
Já tive coisas deliciosas, e as olho
Às vezes.
E elas me tocam
E sou apenas mais uma
E me convenço que a tristeza é posicional
E a novidade é nula.
E uma tristeza solitária é simplesmente honesta
No seu ser triste.
Tanto mais quando voluntária
Quando ao invés de olhar
Estilos, cores e sons
Olha para o mesmo
E entende que também ele
Merece uma lágrima
E um cumprimento.
E um desejo
de olhar mais.
Mas não sei se compreendo a noite
Ela é velha
E cai sem lhe pedirmos.
E parte sem mais explicações
Apenas para cumprimentarmo-nos
Enquanto adormecemos insatisfeitos
Esperando que a luz do dia liberte
Da competição consigo
De obter mais do que ontem
Do desejo de ser alguém.
Não morrerá a língua dos nossos versos?
e o planeta no qual foram escritos?
Até os dele, o sublime Campos da Tabacaria!
Queria a salvação da noite
Mas ela chega e vai
E aqui fico, silente.
Desejando Tudo.
(Publicado em 01/01/2009, na minha antiga "Cidade dos Sonhos")
Psicologia, educação, política, literatura, cinema e outras idéias e opiniões que podem não ter conexão entre si. Tipo a Gisela.
domingo, 25 de agosto de 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
A infecção da tristeza
Hoje eu vi:
a tristeza infecciona.
Põe seu bacilo no corpo e na mente...
E suga força, vontade, beleza...
Até que olhes no espelho e, surpresa
Veja a ti no que é ela.
Ser mergulhado no vazio
Túnel negro de dissabores
Atração irresistível do olhar
onde cada movimento externo
dá em aborrecimento interno
E em cada gesto há uma crosta
posta em rostos e corpos...
a refazer o solitário percurso do esquecimento.
Absurda caveira ambulante, de
cadáver vivo que procria (ou não)
à força de seres sós
que, pálidos e tristes,
em belos apartamentos
dançam o tango da vida.
como Requiem da morte
Estou aqui, ó vil companhia!
Tua cara hoje é outra
Mas sob tua carne louca
Enxergo a vida pulsando
assim mesmo:
pulsando.
a tristeza infecciona.
Põe seu bacilo no corpo e na mente...
E suga força, vontade, beleza...
Até que olhes no espelho e, surpresa
Veja a ti no que é ela.
Ser mergulhado no vazio
Túnel negro de dissabores
Atração irresistível do olhar
onde cada movimento externo
dá em aborrecimento interno
E em cada gesto há uma crosta
posta em rostos e corpos...
a refazer o solitário percurso do esquecimento.
Absurda caveira ambulante, de
cadáver vivo que procria (ou não)
à força de seres sós
que, pálidos e tristes,
em belos apartamentos
dançam o tango da vida.
como Requiem da morte
Estou aqui, ó vil companhia!
Tua cara hoje é outra
Mas sob tua carne louca
Enxergo a vida pulsando
assim mesmo:
pulsando.
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
O Limbo
Não há nada:
exceto vultos na bruma verde,
vivendo espera cansada.
Aqui não há filmes
Nem livros
Nem papos
Nem Sol.
Não há amor nem ódio
- há mortos, mas não a Morte.
Desaparece a Vista
Mas não se dorme.
Não há sono,
mas há fome.
Come-se: mas não se dorme.
Traído pela luz (a fornicar com a bruma)
O Tempo matou-se.
E o relógio espanca, implacável
ouvidos zumbis.
exceto vultos na bruma verde,
vivendo espera cansada.
Aqui não há filmes
Nem livros
Nem papos
Nem Sol.
Não há amor nem ódio
- há mortos, mas não a Morte.
Desaparece a Vista
Mas não se dorme.
Não há sono,
mas há fome.
Come-se: mas não se dorme.
Traído pela luz (a fornicar com a bruma)
O Tempo matou-se.
E o relógio espanca, implacável
ouvidos zumbis.
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