domingo, 25 de agosto de 2013

Desejar Tudo

Talvez não se aplique o querer coisas.
Elas nunca podem ser nossas
(sobretudo, quando pessoas).
Talvez importem formas
Um estilo
Uma cor.
Ou um som.
Ver rosas
Desejar Tudo?
Ou alguém por inteiro?
Não, isso é de crianças
Que temem o incompreendido...

Deixe-me aqui um instante
agora que descobri o erro fundamental...
O erro de esperar o Absoluto.
E o oposto:
o de prometer suportar
erros alheios.
Quando Eles são Fossa das Filipinas
Em versão animal.
Sugando-nos com sua bocarra assassina.

Ser heróico! Ser romântico!
Ou ser melhor ou bom.
Quando a irritação é mero efeito
da exposição excessiva...
Mesmo aos que se ama.

Podemos nos irritar e ter alergias
Mesmo das coisas mais deliciosas
E elas podem nos entediar.
E não digo só por dizer...
Já tive coisas deliciosas, e as olho
Às vezes.
E elas me tocam
E sou apenas mais uma
E me convenço que a tristeza é posicional
E a novidade é nula.
E uma tristeza solitária é simplesmente honesta
No seu ser triste.

Tanto mais quando voluntária
Quando ao invés de olhar
Estilos, cores e sons
Olha para o mesmo
E entende que também ele
Merece uma lágrima
E um cumprimento.
E um desejo
de olhar mais.

Mas não sei se compreendo a noite
Ela é velha
E cai sem lhe pedirmos.
E parte sem mais explicações
Apenas para cumprimentarmo-nos
Enquanto adormecemos insatisfeitos
Esperando que a luz do dia liberte
Da competição consigo
De obter mais do que ontem
Do desejo de ser alguém.

Não morrerá a língua dos nossos versos?
e o planeta no qual foram escritos?
Até os dele, o sublime Campos da Tabacaria!
Queria a salvação da noite
Mas ela chega e vai
E aqui fico, silente.
Desejando Tudo.

(Publicado em 01/01/2009, na minha antiga "Cidade dos Sonhos")

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